sábado, 29 de novembro de 2008

Da série quotes

"Se a religião é o ópio do povo, o futebol é o baseado."

(do meu primo, ontem no bar)

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Das formas de encarar a vida


Calvin e Haroldo é pra mim das tirinhas mais bacanas. O mundo de imaginação de uma criança (e dos adultos também, tá?) é dos bens mais preciosos que se pode ter no mundo. A vida precisa de um lado lúdico, ou se torna impossível. Dura demais. É em criança que desenvolvemos esse lado, mas é como adultos que temos o dever de deixá-lo vivo. Bill Waterson quando resolveu parar de fazer o quadrinho, fechou (?) a história com chave de ouro.


E não é que nas minha andanças pela internet, descobri que o Inagaki descobriu um final apócrifo pra tirinha, que ele classificou – com razão – como a tira mais triste de todos os tempos.

Escolher um fim ou outro muda a história de uma vida. Qual o seu?

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

E viva a democracia!



Winston Churchill dizia: a democracia é o pior dos regimes, salvo todos os outros. E não há como não concordar. Mesmo que a gente reclame do nosso protótipo; mesmo que seja difícil achar um lugar onde ela ande de vento em popa, sem muitas pedras no caminho; mesmo que a gente passe dia após dia indignados com todos os descaminhos pelos quais passam nossos governos, a democracia é o melhor dos regimes. Mesmo que ela exista só na intenção, é essa intenção que nos dá o direito de lutar por sua implementação real.
Todo esse papo por causa de um conjunto de rock de mulheres da Arábia Saudita, que vem fazendo um certo sucesso no Myspace: The AccoLade. Lançaram por enquanto só uma música, Pinocchio. E não pretendo fazer aqui nenhuma crítica sobre a qualidade da música, que não é nada demais mesmo. Mas o que impressiona é a coragem das meninas em desafiar uma cultura defendida com métodos nada aprováveis pelo regime do país.
Depois da enxurrada de livros de origem mulçumana pululando nas listas dos mais vendidos no ocidente, eu acabei por descobrir que muitas mulheres lutam pelo direito de usar o véu. Mesmo sem entender, não podemos questionar nem relativizar valores que são diferentes dos nossos. Sobre o assunto, recomendo o livro Neve, que valeu o Nobel ao turco Orhan Pamuk e Persépolis, a animação feita a partir de um quadrinho, da iraniana Marjane Satrapi.
Mas em nenhum momento isso pode deixar de ser uma escolha. E uma banda de mulheres surgir num país onde elas não podem por exemplo votar, dirigir, sair desacompanhadas, estudar ou ir ao médico sem permissão e sem poder se apresentar em público ou mesmo sair em fotos juntas é quase milagre.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

O Brasil e a malandragem

Quem está ainda se formando intelectualmente e se preparando para o mercado de trabalho, o estudante, tem direito à meia entrada nos espetáculos culturais. Muito justo. Bacana iniciativa. Aí vem o malandro, figura típica da sociedade brasileira, querendo sempre se dar bem a qualquer custo, de quem quer que seja. E 80% das carteirinhas de estudante são falsas.

Tem aquele ditado “o justo paga pelo pecador”. Os ingressos aumentam pra cobrir a perda e viabilizar a produção. A meia fica com valor de inteira. Se ferra o estudante de verdade, que perde o benefício. Se ferra quem não falsifica carteira e paga duas pelo preço de uma. Se ferra o realizador, que tem seu público diminuído e que acaba culpado por cobrar um preço mais alto, que acaba virando a justificativa para burlar a lei e falsificar as tais carteirinhas. É o famoso ciclo vicioso.

Para resolver a situação, o Senado acaba de aprovar uma lei que restringe o benefício, que acabou ganhando o quase ódio da classe artística.

Você consegue pensar outras situações onde essa malandragem acaba por restringir direitos de quem realmente os tem?


domingo, 16 de novembro de 2008

Da série Quotes

“E aí também um pensamento esquisito na cabeça: talvez valha mais uma Alice voando do que mil Alices com os pés no chão.”

(Alice em Alice – minissérie brasileira da HBO)

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Testando o Movie Maker

Há um tempo atrás fiz esse vídeo pra testar o windows movie maker. Eu nunca me acostumo a ouvir minha própria voz!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Cinismo ou cooperação


Os filósofos contemporâneos, salvo exceções, nomearam o tempo em que vivemos pós-modernidade. Dentre outras mil complexidades, a tal pós-modernidade é (foi?) a era do cinismo. Uma explicação bastante simplista sobre os motivos que levaram a humanidade a isso é a que deu Walter Benjamin sobre a obra de Franz Kafka: não temos nenhuma mensagem definitiva para transmitir, não existe mais uma totalidade de sentidos, mas somente trechos de histórias e de sonhos. Reduzindo ainda mais: as verdades, se é que existem, são apenas relativas. Não havendo determinações absolutas, estas são, em tese, todas descartáveis. Acho que de alguma maneira isso acabou criando uma espécie de homem sem culpa. Algo como uma impossibilidade de enxergar nexo de causalidade entre ações e inevitáveis conseqüências.

Esse esboço de pensamento é uma tentativa de compreender o cinismo como impedimento para adesão a qualquer causa que intencione melhorar o mundo em que vivemos. Pensamos: de que adianta? Aí é que tá. Se esse esvaziamento de utopia serviu pra alguma coisa foi pra entendermos que a única coisa que podemos revolucionar é a nós mesmos. Já até falei aqui sobre a soma de ações individuais.

E repito: não to falando em grandes ações. To falando em pequenos gestos. Começa assim ó:





Aliás, sobre o tema, subi um vídeo bem elucidativo no youtube. São 2 partes: aqui a primeira e a segunda.

domingo, 9 de novembro de 2008

Cai o pano? Ou Sobre o amor e suas particularidades

Toda história tem um começo. Com o big bang, a história da Terra; com João, a história da Bossa; com Rosa Parks, a da vitória de Obama (como bem escreve o Saramago); e com a paixão, a(s) história(s) de amor. E o que eu a contrario sensu ponho em questão aqui é a inexistência de fim nessas últimas.

Sim, as histórias de amor não tem, nunca, um final. Claro, se há amor. O amor é infinito por natureza. Acaba a paixão, acaba o tesão, mas o amor perdura. Acaba até a vontade de compartilhar a vida e então ele vem travestido de um aperto no peito, de um sorriso na lembrança. Nas relações mais equilibradas, de uns esparsos jantares e algumas boas noites de sexo. Mas ele está lá. Ele palpita. Ele vem como um bem que não se deixa de querer. E se aninha.


sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Da arte de intitular


Diz o Umberto Eco que se começa a interpretar uma obra pelo título. Um homem chamado Barack Hussein Obama não pode ter sido eleito presidente dos EUA agora à toa. É de uma ironia tão bruta que quase faz a piada perder o efeito. Mas de todos os jornais do mundo, O Globo, da província carioca, ganhou destaque no mundo inteiro por ter sido o único a estampar na capa o nome completo do eleito. Nada explicita mais a vontade do povo americano de escorraçar a bushit e seu modus operandi do poder do que esse nome.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

E o abacaxi do século vai para...


Sabe aquela música do Cazuza “Ah, mas não vai explodir nada/ Vão ficar os homens se olhando/ E dizendo: O momento está chegando”? Pois é. Contrariando a tese da qualidade profética da arte, há uma explosão em curso no mundo. O que até certo ponto é contraditório, porque uma explosão é, pelo menos na prática, algo de curta duração. Mas aqui só teorizo. E o que eu sinto/vejo é uma mundo em explosão.

Estamos num dos raros momentos (se é que já existiram outros como esse) em que é necessário que se pegue uma segunda via. O caminho que se percorre hoje não nos traz possibilidade de futuro. Digo Futuro, com F maiúsculo. E não somente a sobrevida, do homem e de outras espécies.

O bafafá em torno de Obama é isso. Estamos vendo nele um redentor. Uma possibilidade. A única.

Mas as coisas não mudam se só um põe a mão na massa. Por isso, ponhemos.