terça-feira, 24 de março de 2009

Nada do que não foi poderia ter sido*

Sobre o livro de Cristovão Tezza, O filho eterno


Na vida há um equilíbrio, ou desequilíbrio sabe-se lá, entre acasos e escolhas. Aceitar a inevitabilidade do que independe de nós não pode paralisar escolhas que também fundamentam as direções dos nossos destinos (falo aqui do plano emocional, não político-social).

“O inexorável é a transformação: qualquer uma.” - Tezza diz isso se referindo ao transcorrer do tempo.

A equação, sempre inexata, entre acasos e escolhas – que nos leva a ações e a pensamentos – acaba por nos transformar no que somos (num processo sempre contínuo). Entender essas transformações pode até não ser fundamental para crescermos. Mas trazer à tona alguns – pelo menos alguns – desses processos inconscientes enriquece infinitamente esse crescimento.

O personagem de Tezza não se furta a isso, mesmo que tenha seus momentos de fuga (como temos todos). Escolhe, mas também aceita.


*essa frase permeia todo o livro