E se não tivesse casado. E se tivesse casado. E se tivesse chegado um minuto antes. E se tivesse perdido aquele ônibus. E se tivesse aceitado aquele emprego. E se não tivesse bebido a primeira dose. E se não tivesse bebido a última dose.
Todo “e se...” leva a uma outra vida absolutamente diferente e que já nos escapou. Alguns físicos dizem até que ela existe num outro espaço-tempo, mas nossa percepção já não pode mais alcança-la. Grande paralizadora de muitas vidas é a pequena partícula condicional “e se...”.
Mas meu objetivo não é bradar 'façam bem as suas escolhas'. Não to escrevendo livro de auto-ajuda e isso é de esperar que todos façam. E aqui não falo só de escolhas. Falo também dos acontecimentos resultantes do jogo de dados que é essa vida. Os resultados inevitáveis, sejam de nossas escolhas, sejam de nossos destinos, é bom que sejam não só aceitos, mas também que recebam nossa colaboração.
Percebam a palavra 'inevitáveis'. Tudo em que exite uma pequena chance de modificarmos para o nosso bem, aí não se inclui. Mas aquilo que veio pra ficar, eu prefiro aceitar, de coração aberto. Garanto que isso me faz mais forte. Ou a vida pode ficar muito cheia de rancor.