terça-feira, 16 de setembro de 2008

In media res, o nome


Quando se inicia uma história? Parece fácil responder. Mas toda história é continuidade de uma história prévia. O que nos faz pensar que todos os acontecimentos do mundo, mesmo os mais insignificantes como a nossa vidinha, estão ligados por um (às vezes nem tão) invisível liame. Contar uma história é feito de escolhas. Escolhe-se um tempo, um lugar, uma forma entre tantos milhares.

Aí entram os recursos narrativos, que fazem uma história mais ou menos interessante. Por exemplo, a grande idéia do Tarantino ao contar de forma não linear o seu filme Pulp fiction. Ele se utiliza na verdade de um recurso narrativo que já estava presente nos gregos, Homero, sendo mais exata: o tal do IN MEDIA RES. “No meio dos acontecimentos”, numa tradução consagrada. Começa-se a narrar a ação depois que esta já foi iniciada, guardando na manga o recurso do flashback, depois de já ter instigado o leitor/espectador a conhecer o resto da história.

O uso mais conhecido da técnica foi em Os lusíadas, de Camões, considerada a primeira epopéia moderna, lá do século XVI. A história das navegações de Vasco da Gama começa a ser narrada quando este já está em alto mar: “Já no largo Oceano navegavam,/ as inquietas ondas apartando;”. E somente depois, ele narra os acontecimentos que antecederam a partida.

3 comentários:

Unknown disse...

Nunca assisti pulp fiction, mas tneho vontade...preciso tentar ler Os Lusíadas... boa semana!!!

Osimar Medeiros disse...

De Pulp Fiction aos Lusíadas...por isso adoro esse blogue e a dona dele !

:)

Beijuca !

Faltou citar o excelentíssimo Cães de Aluguel, do mesmo gênio Tarantino. :)

Andréa disse...

Também adoro esse blog e a dona dele!
Vortei das férias e tava com saudade de tu e daqui. Beijos.