segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Do livro que estou lendo à teoria do epifenômeno

OU
Da egolatria de nossa pós-modernidade
OU AINDA
Nós que aqui estamos por vós esperamos


"No princípio, costuma-se contar rigorosamente os mortos, até que as estatísticas percam toda a sua importância. Um só morto é muito mais chocante e solene que um milhão de mortos.Um milhão de mortos tornam as pessoas habituadas à tragédia. Como nas grandes guerras, com bombardeios pesados e armas atômicas. E quando lançarem a bomba final e apocalíptica que aniquilará a todos, isso não será nem mesmo uma tragédia, porque não haverá nenhuma consciência a refletir o desastre. Será apenas o silêncio e o fim simultâneo de todos, como todos terminam isoladamente, por chegar ao fim. Por encontrar sua própria e exclusiva bomba."

(Confissões de Ralfo - Uma autobiografia imaginária - Ségio Sant'anna)

terça-feira, 16 de setembro de 2008

In media res, o nome


Quando se inicia uma história? Parece fácil responder. Mas toda história é continuidade de uma história prévia. O que nos faz pensar que todos os acontecimentos do mundo, mesmo os mais insignificantes como a nossa vidinha, estão ligados por um (às vezes nem tão) invisível liame. Contar uma história é feito de escolhas. Escolhe-se um tempo, um lugar, uma forma entre tantos milhares.

Aí entram os recursos narrativos, que fazem uma história mais ou menos interessante. Por exemplo, a grande idéia do Tarantino ao contar de forma não linear o seu filme Pulp fiction. Ele se utiliza na verdade de um recurso narrativo que já estava presente nos gregos, Homero, sendo mais exata: o tal do IN MEDIA RES. “No meio dos acontecimentos”, numa tradução consagrada. Começa-se a narrar a ação depois que esta já foi iniciada, guardando na manga o recurso do flashback, depois de já ter instigado o leitor/espectador a conhecer o resto da história.

O uso mais conhecido da técnica foi em Os lusíadas, de Camões, considerada a primeira epopéia moderna, lá do século XVI. A história das navegações de Vasco da Gama começa a ser narrada quando este já está em alto mar: “Já no largo Oceano navegavam,/ as inquietas ondas apartando;”. E somente depois, ele narra os acontecimentos que antecederam a partida.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Semeando idéias

“Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrota
e adiar para outro século a felicidade coletiva.
Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição
porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan.”

(Drummond – Elegia 1938 - fragmento)


Bin Laden: Says who?

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Poesia a la Las Vegas

Serve o revés


Troco cartas. Espero que alguma mude o jogo.

.

.

.

Azar.

.

.

.

Dou um leve sorriso de vencedor

e dobro as apostas.


quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Drama a la National geographic

É primavera, os pássaros retornam enchendo o céu de novas cores. Trazem histórias de longas viagens, repetidas todos os anos por tantas gerações. É um ciclo que não muda para os pássaros. Eu os observo displicente. Talvez seja mentira, talvez não atravessem oceanos. Mas prefiro acreditar que sim. Torna a natureza um pouco mais interessante. A potencialidade de drama contida na busca pela vida, que faz os pássaros se lançarem numa arriscada viagem.

Quem sabe atravessar um oceano me alimentando de pequenos peixes também não salve a minha existência?


segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Update

Vou me eximir de desculpas pela ausência demorada. Tempo é mercadoria perecível. O meu foi proveitoso em certa medida. Muito estudo e algum ócio. O fato é que aqui estou.


Na caixinha de som: Morena dos olhos d'água, em nostalgia do tempo em que só ouvia Chico. E essa é a que a minha irmã canta ainda hoje pra mim. Aliás, ela deve dar luz hoje, mais tardar amanhã cedo, ao meu novo sobrinho. E mais uma vida se inaugura!


Leitura em andamento: Heranças, de Silviano Santiago, entre outras (alguém lê uma coisa só ao mesmo tempo?). O narrador é um velho, que conta a sua história enquanto espera a morte. O autor me parece querer superar a própria tese, O narrador pós moderno, situando a perspectiva da história nos olhos de um indivíduo que narra sabedoria extraída da própria vivência. Claro que é ainda um pensamento que exige aprimoramento. O livro é deveras interessante.


No cinema: Filme brasileiro, sempre. Os últimos: Nome próprio, com Leandra Leal e seu merecidérrimo Kikito; Minha vida não cabe num Opala, de onde se extraí certa interessância. Adianto uma frase impagável, dita pelo personagem do Peréio: Deus é grande, mas tá mole. Vou ver se volto a falar dos filmes com mais detalhes.


Na internet: Ando tentando explorar a utilidade (?) do twitter. Quem quiser, siga-me.